Dormitório Masculino

Queixei-me quando a porta se abriu e bateu-me contra o joelho que estava em sangue por ter caído.
Tom. 'Tás tão sexy hoje. - eu lembrava-me de estar zangada com ele, mas porquê? Oh não interessava, eu agora queria comer só - Cala-te, agora não interessa. - disse-lhe, empurrando-o para cima da cama e desatando a beija-lo furiosamente. Pus as mãos dentro dos seus boxers, sentindo-o crescer imediatamente e endurecer. Rocei-me nele e tirei a sua camisola, baixando os boxers dele também.
Despacha-te Tom, fode comigo. - ordenei ao seu ouvido e mordi o seu lábio, enquanto arqueava as costas para ele me tirar o vestido. Queria-o em mim e rápido.

Eu estou bêbada, estou magoada e odeio-te. A sério? Eu não estou bêbada, consigo falar. - soltei uma gargalhada e pus uma mão na barriga. Passei a mão no joelho - Olha, estou a morrer. Yeey. - bati palmas.
Ele mandou uma sms e eu fitei-o com um sorriso de gozo puro:
A mandar sms à amante? Aquela com quem me traíste. - comecei a chorar subitamente e acertei-lhe no braço - Eu amo-te e tu fazes-me isto! Eu... eu odeio-te, odeio-te e amo-te. Eu odeio amar-te. É isso? Fuck, muito conso. - comecei a rir-me estupidamente - Ouviste o que eu disse? Conso. Mas como é que se diz? Diz. Confu? Cena grande que nos obrigam a dizer. Confuso, é isso. E porra é Abbey ou Abe. Quer dizer, para ti é Abigail tens razão. Aliás para ti é Marie. - agarrei-me ao estômago enquanto me ria.
Ele agarrou no meu joelho e queixei-me alto.
Merda Tom, isso dói. - queixei-me alto e ele começou a deitar umas coisas para lá que não conseguia vislumbrar bem, por não focar a visão - Um gajo qualquer agarrou-me e assim. Magoou-me. Mas eu magooei-o. Ele vai matar-me. - ri-me novamente, sem sentido nenhum - Depois... hm... caí de mota, acho. Acho que foi isso. E tu apareceste e não queres fodercomigo. Vou para um bar de strip, vou serputa, ganhar dinheiro e foder todos os dias. Ah e os gajos vão dizer que sou boa e vão gostar das minhas mamas. Parabéns a mim. - voltei a bater palmas toda contente - Tenho um gajo que me deu o número, ele era tão bom, mas depois o Matt que andou a servir de meu pai sexy, como ele diz, não me deixou comê-lo. E ele queria foder-me. Sou tão triste, ninguém me quer. E quando alguém me quer, não me deixam. Se não me queres, telefona-lhe que ele come-me. Ai Tom, eu quero comer alguém. Deixas-me ou preciso de o chamar? Ele tinha uma voz sexy, até fiquei molhada a sério. E apalpou-me. Depois o da discoteca... Ish, esse está tão longe, mas ele queria comer-me! E o que me tentou violar que eu nem sei quem era? Cabrão, acho que se não estivesse assim, chorava de medo! Subiu-me o vestido e tirou-me o bikini. Filho da puta. Quero andar de mota, mas ela não me deixa, faz-me cair. E o mundo está a rodaaaaaaar tanto. É tão giro. Agora comes-me ou preciso de fugir e ir dançar no varão como da outra vez e arranjar um gajo qualquer? Pode ser que até me paguem, visto que ninguém gosta de mim! Eles gostarão? Sou boa? - deitei-me em cima de Tom, voltando a baixar-lhe os boxers e lambi levemente desde o seu pescoço, até aos abdominais.

Eu não estou bêbada! - queixei-me - O único que está com problemas aqui és tu, que estás tão chato que até me dás sono. - queixei-me.
Levantei-me da cama cambaleando e comecei a rir-me às gargalhadas.
Ai, eu vou mesmo foder. Eu querooo. - comecei - Por acaso, agora és meu pai para isso? É que o Matt é que é o meu pai sexy pelo que ele disse. - ri-me - Tu beijaste a outra, por isso, é que não queres foder comigo. Vai ter com ela, vai. Eu arranjo-me na boa. Gostaram bem de mim no bar de alterne, quando eu fui dançar ao varão. Tipo a outra gaja estava toda despida e era horrível, então fui eu para o lugar dela. Depois era só gajos. - soltei uma gargalhada histérica.
Ele pegou em mim ao colo:
Tom, isto é violação. - avisei séria, rebentando a rir a seguir - Eu já percebi tu não aceitas, porque tu és um sádico e queres-me é violar. Queres-me fazer andar de pernas abertas uma semana? - já chorava a rir naquela altura e tentei sair do seu colo.
Senti a água gelada a embater no meu corpo, fazendo-me arrepiar.
'Tás a passar-te? Está gelada, merda Tom, isto custa. - disse-lhe furiosa - Mas pronto, agora só para tu teres a certeza que eu não estou bêbada, deixa-me comer-te. - encostei-me a ele ignorando o facto de o estar a encharcar e beijei-o de forma selvagem, empurrando-o contra a parede.

Neste momento, tou-me a lixar para quem é. - ri-me - Mas pronto, já percebi a mensagem.
Fiz-lhe uma careta e murmurei "és uma seca, devias viver no deserto", revirando os olhos. Depois ri-me novamente.
Uma sova. - revirei os olhos - Não levaste nada uma sova, nem sequer estás muito marcado como eu fiquei. Porra pára. - afastei-me dele e acabei por vestir o vestido, encharcando-o totalmente.
Adeus. - disse totalmente furiosa, ainda vendo as coisas a andarem à roda. Era bem verdade que o mundo girava à nossa volta: soltei uma gargalhada.

Ele puxou-me contra si e encostando-me à parede, beijou-me.
Larga-me. Tu fizeste-me sofrer. - disse num acesso rápido de lucidez, tentando afastá-lo - Tu gostas da outra. - concluí, sentindo uma dor no peito.
De repente, senti-me diferente, mais leve e ri-me, voltando à agradável inconsciência do álcool. Meti a minha mão dentro dos seus boxers, obrigando-o a permanecer calado porque o tinha começado a beijar. Ao senti-lo já duro, tirei-lhe os boxers, não dando tempo para ele se afastar e a parte de baixo do meu bikini rapidamente, fazendo com que ele me penetrasse com a minha mão, apesar de ele não estar muito duro. Girei apenas para o sentar sobre a secretária e sentei-me em cima dele, enquanto começava aos saltos em cima dele, segurando-me com os pés em volta do seu tronco.

Não amas nada. - ripostei, ignorando o que ele tinha dito imediatamente, para não pensar nisso e não sofrer mais. Para além de que a bebedeira não me permitia concentrar em certas frases.
Quando acabei por chegar ao orgasmo, saí de cima dele e fitei-o confusa. Pestanejei diversas vezes, agarrando na parte de baixo do bikini e vestindo-a apenas, sem ter noção do que tinha acontecido. Tom tinha-me traído e eu tinha feito sexo com ele. Não tinha sentido isto, nada tinha sentido naquele momento.
Deitei-me na cama oposta, tentando não o fitar. O que é que se tinha passado ali? A bebedeira parecia ter-se evaporado com o orgasmo, algo que não percebia mesmo. Comecei a olhar para o tecto: e agora?
Fechei os olhos, parecendo-me ouvi-lo falar, mas nem tentei perceber. Limitei-me a continuar inerte, adormecendo.

Quando acordei com uma terrível dor de cabeça, apercebi-me que estava num quarto familiar. Estava no quarto de Tom e o que é que eu estava ali a fazer? Atirei os lençóis e vi que estava com bikini: bem, ao menos isso!
Senti uma dor no peito ao vê-lo a dormir na cama ao lado: tentei perceber como é que fora parar lá, mas não me lembrava de nada. Contudo a dor de cabeça só podia ter uma razão: ressaca pura.
Mal saí da cama, tropecei numas caixa que estava à beira, mas, felizmente, ele não acordou; não estava com vontade de encará-lo e não sabia o que tinha acontecido, algo que me preocupava imenso.
Queria desfazer tudo o que encontrava, queria provar que não precisava dele para viver, queria mostrar a mim própria que era capaz de ultrapassar e não iria sentir falta dele. Os sorrisos, a alegria, os nomes, os momentos, seria tudo deixado para trás. Não queria amá-lo, não queria sofrer sempre que ele me desiludia, não queria sentir a raiva por estar tão ligada a ele emocional e fisicamente e achar que tudo dependia dele. Não tinha a menor dúvida que se ele estivesse em perigo eu iria ter com ele, que se ele estivesse mal eu falaria com ele, se ele precisasse de mim eu dar-lhe-ia tudo o que era meu para o ver apenas sorrir.
Nestas últimas horas tinha-me finalmente apercebido do que era ter um coração partido, do desgosto que se sentia e da humilhação. Queria desligar-me dele e do mundo porque tudo me fazia lembra-lo. Costumava passar ao lado das raparigas que choravam e se vitimizavam, mas a verdade era que o que me apetecia era deitar-me e chorar para sempre, sozinha no meu quarto. Sentia um grande vazio dentro de mim, como se algo me tivesse sido arrancado e levado pelo vento, mas continuasse a aperceber-me do espaço que deixara por completar.
Todas as palavras, sorrisos e recordações se encontravam ao vento e persistiam, fazendo-me lembrar que não devia desistir dele e que devia lutar. Por um lado, queria-o se havia coisa que não desejava era perder-te, perder a minha melhor parte e a que me ajudava a continuar? Mas por outro, lembrava-me de todas as desilusões, de todas as palavras frias e más que tínhamos trocado, de todas as discussões e vezes que me magoara; isso fazia-me querer sair e fugir, ser cobarde e ignorar tudo.
Mas para te esquecer, precisava de ser cobarde para desistir de ele e corajosa para conseguir viver sem ele.
Vesti o vestido à pressa, tentando acabar com a minha própria tortura e corri para o meu quarto, começando a chorar compulsivamente outra vez.

Ela conduziu-me aos dormitórios masculinos. Arranjaria maneira de saber onde eram os femininos, não poderia ser assim tão difícil. Aliás, agora o que me importava era ter um dormitório. Ou um canto, qualquer sítio minimamente privado apenas. Sorri lascivamente.
Hum, excelente, obrigado. Queres fazer alguma coisa? - perguntei, aproximando-me dela, esboçando um sorriso assimétrico.

- Por mim, é na boa. - sorri-lhe, dirigindo-me à minha mala e tirei os calções de lá de dentro. Descalcei-me e tirei as calças à sua frente, ficando apenas de boxers e tirei também a t-shirt, para trocar para uma da nike mais simples.
Mal me arranjei, decidi levar a minha mochila preta da eastpak com umas calças de ganga escura só para trocar depois da piscina sem ter que voltar ao quarto e, principalmente, para esconder a droga que tinha lá.
- Vamos?