Piscina Exterior

Quando cheguei à piscina estava lá uma cara conhecida.
- Gabby!
Estendi a minha toalha na espreguiçadeira ao lado dela. Despi o vestido para ficar só com o meu biquini azul escuro, coloquei os Ray Ban e deitei-me ao lado dela.
- Sabes que és a primeira pessoa que vejo desde o meu regresso? - sorri - Então, quais são as novidades?

Ela deitou-se na espreguiçadeira ao meu lado.
- Ruby! Oh, a sério? Por acaso tu também és a primeira pessoa que eu vejo desde que voltei do Canadá. Pelo colégio não sei, tenho estado um bocado out no que toca ao colégio. Mas para o meu lado, há novidades. Tenho um primo novo, foi por isso que fui ao Canadá! - Sorri

- Oh tão querido! Conta-me tudo! Como é que ele é? Oh... desculpa a minha excitação com o teu primo, mas na minha família não há nenhum nascimento... Também, ainda bem! Se houvesse era porque eu ou o meu irmão andávamos muito avançados! E não quero nada disso! - ri-me - Lá estou eu a falar e a ser chata! Conta-me tudo!!

Não te preocupes, também sou super chata e estou sempre a falar. Ele é super fofinho, eu tenho fotos dele aqui no meu Iphone, queres ver? - disse, sorrindo.

- Claro!
Sorri-lhe.
Na minha família não havia nascimentos absolutamente nenhuns. Acho que podia ficar feliz com os nascimentos das outras famílias, ou tinha que ficar só a pensar em todas as mortes que haviam na minha??

- Boa. - disse, tirando o meu Iphone da pequena mala que tinha trazido com as coisas essenciais.
Reparei que ela estava super contente por ver o bebé. Secalhar nunca tinha tido nenhum nascimento na família, também nunca falámos sobre isso. Talvez eu lhe pergunte depois.
- Olha aqui, chama-se Matheus. É fofinho não é? - disse, mostrando-lhe a foto e "libertando" um sorriso.

Deus, era tão pequenino!
- É mesmo fofo Gabby! - sorri - -E é fofo a sério, não é o fofo que eu costumo chamar às pessoas!
Ri-me - Que parva! Já estou a falãr desalmadamente outra vez... Desculpa mas estou mesmo contente com o nascimento do teu priminho!

- Oh obrigada, e não te preocupes com isso, eu também sou muito faladora, não te preocupes a serio. Eu até gosto de ti assim, por isso ... - libertei um grande sorriso. Gostava realmente muito da Ruby. - Então fala-me mais um pouco sobre ti. Tens irmãos? - decidi meter conversa.

Sorri - Yap. Tenho um irmão mais velho o Dave. Ficou em Miami. Estou cheia de saudades dele porque é a minha única família e nunca estive tão longe dele... - estremeci ao lembrar. Ia ficar um ano longe do Dave... 1 ano a falar com ele apenas por telemóvel ou computador. Ele era a minha única família. Sempre tinha sido. O único que me ajudava e fazia tudo por mim. - Com toda a minha história de vida tão atribulada, é horrivel ficar longe dele tanto tempo...

- Pois, eu percebo-te. - baixei a cabeça de uma forma triste. - A tua única família? Como assim? Posso saber? - fiz uma cara de como quem diz "confia em mim".

Lancei-lhe um sorriso triste - Claro... Eu e o o Dave, nunca conhecemos o nosso pai, e a minha mãe morreu quando eu nasci. Ficámos com uma amiga dela até ela morrer há dois anos. Depois disso andámos a tentar sobreviver por nós próprios... Foi tão mau que para nos sustentar e não irmos para lares de acolhimento, ele andou a vender drogas durante um tempo... Depois encontrámos um testamento da minha mãe que nos deixava uma fortuna. - ri-me - Bastanre irónico não? Depois de tantas dificuldades, ficamos ricos de um momento para o outro. E para fazer a vontade a uma mulher que morreu para eu nascer mas que nunca conheci, separei-me da minhá única família, e vim para o Broomfield... Como te disse... Uma vida miserável e atribulada!

Oh meu deus, não imaginava que fosse tão grave!
- Oh meu deus. - fiquei surpreendida - Como eu te percebo, como eu te percebo. - baixei a cabeça, pois uma lágrima estava prestes a querer cair, e eu tentava que não acontecesse, afinal, a minha história também era dificil. - Obrigada por seres tão aberta comigo, és super simpática.

Sorri-lhe - Não há problema nenhum com os nosso passados. Eu até vejo pelo lado positivo. Se aquelas desgraças não nos acontecessem, como é que teriamos as coisas boas que vieram depois?- vi que ela estava triste - Também pareces alguém que não se deu bem... Se quiseres desabafar, estou aqui. - sorri - Sou muito boa a falar, mas também sou muito boa a ouvir.

- Eu também, e como confio em ti, vou contar-te tal como fizeste comigo. - libertei um sorriso. - Então, é assim. Não sei se sabes, mas o meu pai é bastante conhecido a nível de arquitectura e essas coisas, e desde sempre que a minha família é bastante rica. No entanto, apesar de rica, não é muito unida. Dou-me super bem com a minha mãe e com o meu irmão. Com o meu pai, nem tanto, ele é super distante de nós. Com estas manias da arquitectura está sempre a viajar. Foi por causa dessas viagens que eu nasci no Hawai. Numa dessas viagens o meu pai levou a família, ou seja, a minha mãe, o meu irmão, que na altura tinha 2 anos, a minha avó e o meu avô paternos, porque os maternos infelizmente já morreram, bem, o meu avô paterno também, mas foi há pouco tempo. Bem, continuando ... A minha mãe decidiu que ficavam a viver lá no Hawai e nesse mesmo ano, eu nasci. O meu pai pensa que somos uma família muito unida e blablabla e como tal, ele obrigou o meu irmão a ir estudar para Los Angeles, para ser médico, aos 15 anos. Sim, é verdade. Desde aí, ou seja, desde há quase três anos que eu não vejo o meu irmão, o meu querido irmão, o meu melhor amigo. - comecei a chorar. - Estou cheia de saudades dele, e o meu pai não me deixa ir ter com ele a Los Angeles, por isso, mandou-me para aqui, para o Broomfield. Não vejo a hora de sair daqui e ir ter com o meu irmão, James. - disse, entre soluços.

Sai da minha espreguiçadeira e fui sentar-me na dela ao seu lado. Pus-lhe um braço por cima dos ombros.
- Coitadinha. Temos mesmo umas vidas infelizes. Pronto, não chores. Vais voltar a ver o James e eu o Dave. Nem que tenhamos de fugir as duas daqui e vou contigo a LA e tu comigo a Miami. - ri-me e ela também. Além de ser muito social, uma das minhas outras qualidades era fazer os outros rir quando estavam mal.

Ela veio sentar-se ao meu lado e meteu o braço sob os meus ombros.
- Oh, és tão querida. Além de faladora e de boa ouvinte, és bem divertida. - sorri e limpei a cara. - Bora lá, então. - dei uma gargalhada. - Então, vamos esquecer isto tudo por um bocado e vamos divertir-nos na piscina. - levantei-me, puxei a Ruby e atirei-a para a piscina. De seguida saltei para a piscina, e comecei a atirar água à Ruby. Gostava imenso de estar com ela.

Estava a tentar manter a cabeça fora de água de tanto rir.
- Ia abraçar-te pelo elogio, mas agora vais MORRER!!
Comecei a mandar-lhe água o que fez com que nos desatássemos a rir as duas.
- Já há bastante tempo que não me divertia tanto!

- Vamos lá ver isso então. - dei uma gargalhada e comecei a mandar ainda mais água. Nisto, desatámos a rir as duas.
- A quem o dizes, a serio. Logo à noite queres ir à discoteca? - propus uma ideia para nos divertirmos.

- Sim!- olhei para o relógio - E se mudassemos de roupa e fossemos agora?? - propus.

- Boa. - ela olhou para o relógio.
E se mudassemos de roupa e fossemos agora?? - perguntou ela, pareceu-me uma boa ideia.
- Boa ideia, e antes podíamos passar pelo Mc Donald's, apetece-me um delicioso gelado de lá!? .propus também.

Sorri-lhe - Por mim na boa! Adoro aqueles gelados de lá! Vamos só mudar de roupa porque estou toda molhada e depois vamos esqueçer todas estas coisas tristes das nossas vidas e arranjar rapazes giros! - sorri-lhe e dei-lhe um soco ao de leve no braço. - Vamos fofa?

Depois de trocar-mos de roupa fomos no meu Mercedes até ao McDonnalds.
Depois de comermos um gelado e de fazermos olhinhos a uns rapazes que estavam lá sentados à mesa fomos até à discoteca. Passamos uma noite muito divertida e consegui faze-la esqueçer da história com o irmão.
Eram quatro da manhã quando chegámos ao colégio.
Despedi-me dela e fui dormir.
Fiquei o dia a seguir quase todo na cama a ressacar....

Acordei por volta as três da manhã.
-Bolas. Peguei em tudo o que tinha dele em cima da minha secretária.
Óbitos do ano em que ele morreu, certidão, e muitas fotos dele. Percorri os papeis todos , até que num de óbitos daquele ano... até o encontrar.
Arrumei tudo, fui tomar banho , lavar os dentes, pentear-me, e vim para o quarto com a toalha em volta do corpo.
Sentei-me na cama e fui ver o telémovel, 6 mensagens não lidas. Uma do Bryan, e uma de publicidade e o resto da S..
Li as dela, e depois a do Bryan. Respondi aos dois e em seguida vesti o biquini preto para combinar com o meu estado de espirito. Perfumei-me e vesti uns calções e um top branco. Calcei umas vans , peguei na toalha e fui para a piscina.

Vi a sms de Mia, mas ela deveria estar a chegar, por isso, atirei o telemóvel sem lhe responder.
Ouvi passos.
Não há nada fazer. Disse-lhe, esperando que fosse Mia.