Dormitório Feminino

Entrei no meu quarto, dirigindo-me ao roupeiro. Tomei banho e arranjei-me rapidamente, passando creme, enquanto planeava o que ia fazer a seguir: não sabia. Vesti uma roupa prática apenas para estar por lá e deixei o cabelo solto, para secar naturalmente. Não tinha paciência para secadores.
Deixei-me cair em cima da cama e, apesar de já ter dormido imenso, adormeci.

Ouvi baterem à porta e fui abrir. Pelo caminho, vi-me ao espelho e apercebi-me que sempre que tinha estado com ele - okay, esta seria só a 2ª vez - estava com a barriga à mostra, por usar um top curto... Okay e o que é que isso interessava? Revirei os olhos com os meus pensamentos que nem eu tinha percebido.
- Oláááá, podes entrar. - sorri-lhe, abrindo a porta totalmente.

Comecei a rir-me com o que ele disse.
- Aqui só entras sem camisola. - brinquei e comecei a rir-me, puxando-o para ele entrar - Vá, não faças assim tão má cara ao quarto, só está assim porque... eu cheguei há pouco tempo da Jamaica e não o conseguia desarrumar mais em tão pouco tempo. - concluí com outra gargalhada.

Fiquei pasmada com os seus abdominais, mas obriguei-me a não olhar muito. Desviei o olhar rapidamente para um ponto remoto no quarto, sem saber bem o que fazer.
- Porquê? - perguntei fingindo-me apreensiva, para depois me rir novamente - Nem digas nada, olha que já me tiraram a televisão, agora só se me... tirarem a minha camisa de dormir branca até aos pés super santa. - fiz uma cara triste - Não lhes digas nada, a minha vida está toda naquela camisa e não quero ficar sem ela. - depois olhei para cima da secretária para o meu pijama preto com um top e uns mini shorts, o que só me fez desmanchar a rir. Sentei-me à sua beira na cama com um sorriso.

- Oh muito obrigada, vou rezar por ti e pela tua bondade esta noite. - tentei ficar séria, para o discurso que iria fazer a seguir - Temos que usar cinto de castidade durante a noite... E ser purinhas até ao casamento, isto é, se nos casarmos porque a maior parte vai para freira. - fiz voz desolada - Ou achavas que aquilo era um dormitório cheio de raparigas presas e mazonas que faziam festas de pijamas nuas, ah? - gozei, começando-me a rir. Deixei-me cair para cima da cama e o estúpido do top resolveu subir ainda mais.

- É isso tudo. É como a frase "Hoje aprendi sobre amor ao próximo. Não me ama? Próooximo!". Ensinaram lá no convento. - gozei, abanando com a cabeça totalmente no gozo - Nem queiras imaginar a selva que aquilo é. - pisquei-lhe o olho - Sempre que as irmãs vão a um concerto do Quim Barreiros - elas adoram! - nós aproveitamos tudo e é de loucos... Acho que esses artigos eram capazes de ser giros, não? - soltei uma gargalhada e sorri-lhe novamente. Vi-o fitar-me e corei levemente.

Ele começou a olhar para outro lado do quarto, algo incomodado, pareceu-me.
- Se vires bem, a maior parte desses produtos tem em baixo "uso exclusivo para conventos", as pessoas é que nunca reparam nas letras pequeninas. - fingi-me chocada - Iam adorar-te, mas a partir daí ignoravas-me, por isso, não te levo. - fiz beicinho e fitei-o, tentando não me rir.

- Foi numa vez em que estavas mesmo sem nada para fazer e não querias ir fazer o inventário da sex shop, por isso, decidiste... Vou ler as letras pequenas elas devem ter alguma coisa, se não não existiam! Foi isso? Eu adivinho mesmo tudo! - comecei a rir-me sem sequer tentar representar desta vez - Mas se as conhecesses, ias amar conhecê-las a elas. Mas aww obrigada, também estou. - retribuí-lhe o sorriso, olhando para os seus olhos também.

- Oh já que tu tocaste no assunto, vou ter que dizer, não é? Bem acho estranho ainda dormires de lanterna de presença e de ursinho, mas pronto gostos são gostos. Eu também durmo com o Bugs. - apontei para um boneco começando a rir-me. Por mais estranho que soasse a última parte, era verdade. Eu adorava o meu ursinho que me tinham dado quando era pequenina e reunia as partes boas da minha infância todas. Era algo meu desde sempre e não me conseguia imaginar sem ele - As conversas delas seriam mais de quem era a mais santa. Óbvio que eu nem sequer participo, era injusto para elas... afinal era certo quem ganhava. - voltei a rir-me sem me conter.

- E em casa estás longe do quê? - gozei e apertei-lhe o nariz, para brincar com ele - O Bugs é sexy, não é? Ele sabe de tudo da minha vida e já serviu para tudo! E nunca me abandonou, mesmo assim! - soltei outra gargalhada parva. Quando o vi levar o polegar à boca, comecei a rir-me imenso - Sabias que se fosse eu a pegar-te no dedo e fazer isso, ficavas excitado para caraças porque é uma das zonas erogénas? Achavas que era de certa forma como sexo. E, ups, uma santa não devia saber isto, esquece! - comecei a rir-me sem conseguir mesmo parar.