Praia das Laranjas

Ri-me: - Não é nada; ela é linda e querida...
Dei-lhe um beijo na bochecha.
O que era agora?! Estava com medo de avançar...

Sorri com o seu gesto.
Coloquei-a às minhas cavalitas e levei-a para a areia, largando-a sobre a toalha, fazendo com que ela aterrasse de pé.

- és leve... - deitei-me ao seu lado e sorri.
afastei-lhe o cabelo dos olhos e, como impulso, beijei-lhe os lábios.
O que se andava a passar comigo? O Tom? O rapaz que nunca tinha estado a sério com uma rapariga?!

- Não, - respondi automaticamente.

- Tom Butler, pais divorciados, um rapaz que viaja muito e que nunca namorou a sério. Acho que já conheces o essencial, - fiz uma careta.

Sorri:
- Muito gosto em conhece-la.

- Não costumo beber... - admiti também.
Puxei-a para mim, beijando-a.

- Quem nos vir pensa sei lá o quê... - ri-me.

- Então eu também não; - sorri, rodando e ficando em cima dela, sem fazer peso.
- Já te disse que és linda? - inquiri, mordendo o lábio.

Sorri-lhe e ele rodou-me ficando em cima de mim.
- Já. E eu também já te disse que isso é mentira. - ri-me.

Levantei-me cedíssimo e sorrateiramente peguei no meu carro e conduzi até à praia. Quando lá cheguei ainda estava um certo frio matinal, por isso resolvi vestir o fato de surf, peguei na prancha e fui para o areal fazer o aquecimento. Quando terminei fiz-me às ondas..

Conduzi o meu descapotável até à praia, estacionei-o e fui sentar-me na areia. Quando me sentei-me algo me caiu do bolso, agarrei para ver o que era, e não queria acreditar. Era uma fotografia minha e do meu irmão, antes de ele ter ido embora. Comecei a chorar incondicionalmente. Levantei-me e dirigi-me até ao mar para molhar os pés. É estranho, mas a água acalma-me. Reparei que o Tom estava a surfar muito perto do sitio onde eu estava. Saí daquele sitio a correr, não queria que ele me visse naquele estado como ontem. Dirigi-me a um sitio mais longe.

Fartei-me de estar ali, voltei para o colégio. Passei pelo sitio onde o Tom estava a surfar para lhe acenar, mas ele estava de tal maneira concentrado nas ondas que não consegui. Dirigi-me ao meu descapotável, meti-me la dentro e conduzi até ao colégio.

- E eu já te disse que eras, - sorri, escondendo a minha face no seu pescoço.

- Vamos, é melhor.
Levantei-me, vesti a t-shirt e peguei na toalha, colocando-lhe sobre os ombros e abracei-a, dirigimo-nos à sua mota e fomos para o colégio.