Rio Guaraná

-MARTIN! - gritei. omg

Omg, que mauzãão.
-Martin! - fiquei séria - Por amor de deus!
Nadei atrás dele e deitei-me na toalha dele toalha, ao pé da minha.

Como as nossas toalhas estavam encostadas, cheguei para perto dela e sussurrei-lhe:

- Parva. - e sorri.

Ri-me.
-Deixa, as melhores pessoas são sempre assim. - sorri e olhei-o nos olhos. Aqueles olhos grandes e verdes eram apaixonantes. Eu estava apaixonada. Estaria mesmo?

Ri-me.
- Acho que são mais as piores. - disse e fiz um cara bastante esquisita.

Tens é ciúmes - mostrei-lhe a minha grande língua e sorri-lhe. Olhei para a mochila e tirei o telemóvel - Oh gosh! Já viste bem que horas são?! - fiz-lhe uma cara séria, mas ele continuava a olhar para mim com a sua cara de bricahão.

- Ciúmes ? - perguntei e ri á gralhada. Tirei-lhe o telemóvel das mãos para ver as horas e voltei a entrega-lo. - Não te importes com as horas. - disse e sorri.

Atirei o telemóvel e ignorei.
-Tens razão. Mas o telemóvel é capaz de se ter partido. - ri-me, levantei-me e apanhei-o. Voltei a deitar-me na cama e coloquei o telemóvel na mala. Está como novo. - sorri

Puxei-a para mim, até os nossos corpo ficarem colados.
- És tão parva. - sussurrei-lhe.
Não sei como foi acontecer mas quando dei por mim, estava a beija-la.

Abri os olhos. Tinha acabado de ser beijada ou de o beijar ou... como é que isto aconteceu?! corei e levantei-me. Vesti a roupa que tinha vestido.
-Vens? - disse, embaraçada

- Desculpa... - disse.
Agarrei a mão dela.
- Fica aqui. - pedi.

-Não peças desculpa - sorri, corada. - Fico.
Deitámo-nos na mesma toalha, eu com a cabeça no peito dele e adormeci rápidamente.

Quando dei por ela já dormia.
Acabei por adormecer também.

Acordei, e sem que ele acordasse também, agarrei na mochila. Olhei para ele e vim me embora, sem que ele se apercebesse. Voltei ao quarto, tinha de tomar banho, de falar com a Anne... o que haveria eu de fazer? Os rapazes magoavam-me sempre. O que haveria eu de lhe dizer? Estaria eu apaixonada? Ele parecia perfeito ao primeiro olhar.

Quando acordei Vivian já não estava.
Bolas, e agora ? pensei.
Caminhei até ao colégio, e segui para o meu quarto.

Cheguei ao Rio, estacionado o carro no parque de estacionamento que estava virado para o rio... As lágrimas escorriam-me pela cara de forma violenta e compulsiva. Graças aos vidros fumados ninguém me via.

They're gonna clean up your looks,
With all the lies in the books,
To make a citizen out of you.
Because they sleep with a gun,
And keep an eye on you, son,
So they can watch all the things you do.

Quem é a merda de gente que me está a incomodar? Olhei para o visor do telemóvel, era a minha mãe.
-Diz. -tentei fazer uma voz séria.
-Quando é que a menina pensa chegar, as comemorações estão a começar...já cá está toda a gente. -cerrei os dentes.
-Eu não vou mãe...n-não consigo...desculpa... - afastei o telemovel da minha orelha.
-COMO É QUE A MENINA É CAPAZ DE FAZER ISSO?
-Simplesmente fazendo, enquanto a mãe comemora a perda do seu filho convidando todos os seus amantes e putas que lhe metem os cornos eu lembro-me dele e como ele odiava essas coisas. Estou farta de futilidades
-A MENINA NÃO ME VOLTA A DIZER ISSO. - gritou, a raiva corria-me nas veias. -A...A...A menina FICA...SEM MESADA, é isso. -proferiu num tom mais baixo.
-Muito bem, vou trabalhar.
-Nem se atreva!
Desliguei o telemóvel atirando-o para o chão ficando na parte mais escura do carro.
As lágrimas voltaram a atacar, e o choro tornou-se incontrolável. Quando olhei para o relógio eram horas de almoço.


\\ Saiu.

Esqueci-me por minutos totalmente do Martin, e começei a tirar fotografias, embora hoje não estivesse num dos meus dias. Tudo na boa, até que começei a pisar o mesmo sítio onde nos tinhamos beijado. Como é que isto era possível? Depois de ele me beijar e eu fugir, foi logo arranjar outra! Merda, como é que foram capazes? Jazmyn era uma traidora, uma traidora. Fui-me embora dali, para evitar mais lágrimas.

Saímos da piscina e Martin levou-me até ao rio.
Aquele sítio era lindo, por momentos lembrei-me das quedas de água na Jamaica e dos momentos que lá passei com Martin, o que fez com que um sorriso aparecesse no meu rosto. Pousei as minhas coisas sobre uma rocha e sentei-me à beira rio.

Reparei no seu sorriso.
- Uau, que sorriso. - comentei.

Estava perdida nos meus pensamentos quando Martin se aproximou.
- É, estava a lembrar-me da Jamaica e das coisas que passámos lá... - corei e sorri-lhe.
Fiz sinal para que Martin se sentasse ao meu lado.

Sorri.
Sentei-me ao seu lado.
- Oh pois... - ri-me.

- Eu aposto que tu já nem te lembravas... - cruzei os braços debaixo do peito e fiz um pequeno beicinho.

Olhei-a:
- Ohh que parva... - ri-me.
Puxei-a para o meu colo.

Aninhei-me no seu peito e mais uma vez o seu aroma tomou conta do meu corpo.
- Parva mas há quem goste não é menino Martin? - soltei uma gargalhada.
Depositei um pequeno beijo no seu pescoço.

Ri-me:
- Pois parece que sim...
Beijei a sua testa.